Évora, Adeus

Aviso logo que esse é um post repleto de saudades dessa terrinha que me acolheu tão bem nos últimos meses.

Quando fiquei sabendo que ia para Évora, no Alentejo, fiquei meio com o pé atrás. Já tinha morado no Alentejo durante alguns meses em 2004 e conhecido Évora meio por alto naquela época, mas as memórias que eu formei da cidade não eram das melhores. Irônico que só quase doze anos depois que eu tive a oportunidade de conhecer esse lugar de verdade, com a mente mais amadurecida e com o coração mais aberto.



Évora é uma cidade histórica. Morar dentro de muralhas milenares era mergulhar um pouquinho no passado todos os dias. Vou sentir saudades desse contato constante e tão próximo com a história. De tomar sorvete nos jardins de Diana, ao pé de um templo romano do séc. I. De sempre saber as horas graças aos sinos das Igrejas (nem sempre coordenadas). Dos concertos de música clássica e os eventos culturais que podia assistir da varanda (e até dos festivais ruins, desnecessários e barulhentos que não me deixavam dormir a noite). De caminhar pelos jardins de um palácio imaginando as festas extravagantes da nobreza que deviam ocorrer ali.




Quando cheguei em Évora, quase no final do ano passado, era Outono e a cidade toda parecia morta. A Primavera trouxe vida nova a tudo. Na última vez que sai para fotografar, já era auge do verão, mas o verde era abundante e as cores estavam mais fortes que nunca. Infelizmente essa beleza veranil vem acompanhada de um calor dos infernos. O Alentejo é uma das zonas mais quentes de Portugal e eu tive como confirmar isso na pele, literalmente.

Fica a dica: se alguma vez estiver pensando em fazer uma visita ao sudeste de Portugal, não venha no verão.



Sempre soube que minha estadia em Évora seria passageira, mas com certeza o novo carinho que tenho por essa cidade vai ficar comigo para sempre.